Criei o blog a quase 7 anos atrás, na época, tinha 13 anos e uma cabeça cheia de sentimentos guardados. Uma das coisas de que me lembro, é sobre pensar em quanto as pessoas que chegavam na casa dos vinte deviam estar com suas vidas muito bem encaminhadas e obrigada. Ao meu ver, as pessoas de vinte e pouquinhos anos já deviam ser completamente independentes, sabendo exatamente aonde estavam pisando, cabeça feita, faculdade terminada e até, quem sabe, formando uma família (visto que minha mãe casou e eu nasci quando ela tinha 21 anos).
Sempre imaginei que os "adultos" de vinte e pouquinhos anos carregariam sua vida nas costas, traçariam seus próprios caminhos e já tinham, ou deveriam ter, dinheiro suficiente para pagar o aluguel de sua própria casa. Ter vinte anos era um atestado de adulto, e ser adulto significava ter maturidade o suficiente para agir e pensar como um.
Agora me vejo em uma posição complicada, algo que meu eu de alguns anos atrás consideraria um absurdo. Estou a poucos meses de fazer vinte anos. A poucos meses de receber meu certificado de adulta. Honestamente, me assusta pensar nisso, e vou lhes dizer o porquê: tenho uma alma que parece ser eternamente adolescente. Meus sonhos e planos e pensamentos são infinitas vezes maiores e mais pesados do que meus pés no chão. Tenho um emprego legal, mas ainda estou bem longe de terminar a faculdade. Tão longe quanto estou de deixar a casa dos meus pais, onde moro e não tenho planos de sair tão cedo. Não por comodismo, talvez seja dependência.

Mas querem saber de um segredo? Adoro ser assim. É graças a essa minha eterna adolescência de espírito que eu sigo em frente todos os dias. Pelas minhas birras e sonhos, eu levanto da cama com esperança de que algo bom vai acontecer, talvez não hoje e não amanhã, mas vai. Eu posso ser completamente diferente do que eu idealizava para as pessoas que carregavam duas décadas sobre os ombros, mas ao menos os meus estão leves, e continuarão assim por muitos anos ainda. Quem dirá décadas até.
O maior segredo que descobri nessa vida, foi de que nós somos aquilo que nos permitimos ser, e hoje, a poucos meses de chegar nos tempos em que eu, supostamente deveria dizer adeus aos meus sonhos e grudar meus pés no chão, eu digo: ainda vai levar muito tempo para que eu deixe de sonhar, e vai levar mais tempo ainda para que eu deixe a adolescente cheia de planos, sonhos e desejos mirabolantes para trás.
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