Deixei pra trás todas as alegrias que eu tive, para que não pudesse me basear em nada e valorizar cada momento como se fosse a primeira vez que eu vivia ou sentia aquilo. Esqueci de todas as tristezas pra me convencer de que a vida é bela e que nada nesse mundo pode me parar. Bloqueei todos os meus antigos amigos para me obrigar a conhecer gente nova.
Fiz porque não aguentava mais conviver com os fantasmas, que estavam no meu passado, mas voltavam toda noite puxar o meu pé. Fiz isso porque eu aprendi que quando a gente abre de mais o coração pra alguém, a gente sempre leva um pontapé e a gente aprende a esquecer. Fiz isso porque eu preciso aprender de novo a lidar com os sentimentos. Fiz isso porque, graças a Deus, a gente aprende a dar valor ao que merece, mas principalmente a não supervalorizar o que não nos vale um centavo.
Larguei de mão todo o mundo pra agarrar uma única mão que me passe segurança. Abri mão de traços antigos pra começar um novo desenho. Apaguei palavras antigas pra recomeçar a história. Repintei as paredes do meu quarto pra acreditar que ele é novo, que eu sou nova e que todo mundo merece uma segunda chance. Que eu, que só eu, posso me completar e preencher. E só assim percebi que eu preciso daquilo que me transborda, e não daquilo que tapa os meus buracos.
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